
A Polícia Civil do Piauí cumpriu mandados de prisão temporária contra dois homens acusados de participação no assassinato brutal de José Leandro da Silva, de 24 anos. A ação ocorreu em Luís Correia e foi conduzida pela 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Parnaíba, após investigação detalhada do crime.
Segundo as investigações, o crime ocorreu nos dias 21 e 23 de março. José Leandro foi sequestrado em Parnaíba por uma dupla — identificada como F.B.I. (22 anos, apelidado de “Lourinho”) e M.L.P.N. (20 anos) — que o levou em uma motocicleta para um local ermo na zona rural de Luís Correia. Seu corpo foi encontrado duas manhãs depois, em um matagal próximo ao povoado de São José, enrolado em uma rede e com marcas de estrangulamento. A perícia do IML confirmou que a causa da morte foi asfixia, e o estado de decomposição reforça o tempo prolongado até o resgate do corpo por populares.
A motivação do crime, conforme apontado pela Polícia Civil, está vinculada a uma dívida de drogas que José Leandro teria contraído com uma facção criminosa local. O assassinato foi descrito como um ato de “disciplina” dentro do grupo ilegal, caracterizado como homicídio qualificado, pois foi premeditado, cometido com extremo requinte de crueldade e motivado por um interesse torpe.
Após a formalização da prisão, os dois suspeitos foram encaminhados ao sistema penitenciário, onde ficarão à disposição da Justiça por até dez dias, prazo previsto para a conclusão das investigações iniciais. A Polícia Civil informou que as diligências continuam, buscando identificar outros envolvidos, além de confirmar vínculos dos acusados com organizações criminosas que atuam na região de Parnaíba e Luís Correia.
A brutalidade do crime causou comoção entre moradores locais. A descoberta do corpo, enrolado em rede e abandonado em uma estrada vicinal, despertou repercussão impactante nas comunidades próximas. Familiares e vizinhos relataram doloroso transtorno emocional, aumentando a pressão por justiça e medidas mais eficazes de combate ao tráfico e homicídios violentos no litoral do Piauí.
Para especialistas em segurança pública, o caso revela um padrão inquietante: facções agem como tribunais paralelos, impondo punições violentas por dívidas ou descumprimento de regras internas. O delegado responsável afirmou que esse tipo de execução é adotado como mecanismo de intimidação e controle territorial por organizações criminosas na região.
O governador do Piauí e a Secretaria de Segurança já demonstraram apoio à iniciativa da Polícia Civil e prometeram reforço no policiamento de áreas periféricas e rurais, assim como apoio à investigação de confrontos entre facções. A meta é dificultar o avanço de facções e aumentar a capacidade de resposta a crimes que envolvam violência extrema.